A África do Sul não é um país tão grande quanto o Brasil, mas tem  uma imensa diversidade de fauna e flora. Incrível mesmo é que existem 11 idiomas oficiais, uma verdadeira torre de babel. Nessa mistura, posso garantir que uma das atrações mais peculiares a desfrutar é um Safari numas das várias reservas ou parques.

Com sorte é possível ver os chamados Big 5: Elefante, Leão, Leopardo, Rinoceronte, Bufalo. Em minha experiência, me faltou o Leopardo, mas o que vi foi tão espetacular que valeu da mesma forma. Para registrar, o por do sol da África do Sul, um espetáculo diário !

Em minha viagem, fiquei no Kapama, uma reserva privada que fica na região do Kruger Parque. A reserva é um lugar selvagem, onde os animais vivem livremente e garantem para os visitantes, uma experiência com contornos de realidade do mundo animal.  É vibrante.

Os hotéis da reserva são convenientemente muito confortáveis para se desfrutar durante o dia, uma vez que a atração principal, que é o Safari, fica reservada para o começo ou final do dia, quando o sol não está tão quente e os animais saem em busca de comida.

Os quartos não têm televisão o que nos força de certa maneira a dormir bem cedo, porque na reserva o dia já começa quando ainda está escuro. As 5:30 da manhã os organizadores do Safari ligam para os aposentos dos participantes, às 6:00 oferecem no restaurante um café simples com bolo e às 6:30 saimos em carros abertos para começar a aventura.

Cada carro tem um motorista que é chamado de Ranger, profundo conhecedor do comportamento dos animais, interage conosco contando as curiosidades de cada animal sul africano que avistamos. Os Rangers são nativos que  normalmente nasceram em ambientes rurais e não raro, já presenciaram o nascimento de leões na primeira infância. Bem na frente do carro, vai o Tracker, sentado numa cadeira e olhando para todos os lados para buscar os animais e nos mostrar. Os Trackers são nativos e exímios observadores o que é especialmente importante nos safaris da tarde, quando a gente entra noite a dentro para avistar os animais de hábitos noturnos.

Logo que a gente sai no safari matinal, é possível avistar alguns animais aos montes, por exemplos as girafas. Elas vivem cerca de 25 anos, dormem 15 minutos por dia e de pé. Elas não podem abaixar a cabeça porque morreriam se o fizessem. O cucuruto no alto da cabeça  é de material esponjoso e evita que elas abaixem a cabeça. Interessante que os machos têm dois cucurutos e as fêmeas apenas um.

Os hipopótamos são os mais anti sociais da turma, esses só vi dentro da água com a cabeça para fora e pelo que disse o Ranger não perdemos nada por isso. Os bufalos são bastante numerosos e os vemos de longe, como também os rinocerontes que são grandes e por vezes têm temperamentos agressivos.

Um aspecto interessante sobre os bufalos é que eles têm uma relação simbiótica com os pequenos passáros que se assentam sobre eles e comem os carrapatos que ficam no couro.

Falando em relação simbiótica, interessante mesmo é o que acontece com as zebras e os gnus. É comum encontrá-los juntos pois eles têm capacidades diferentes e se ajudam. Os gnus preferem comer a grama alta e as zebras a grama baixa, então, os gnus comem a grama primeiro e deixam a grama baixa para as zebras se alimentarem. Em contrapartida, as zebras escutam e enxergam bem enquanto que os gnus não. Juntos eles se alimentam melhor e se protegem dos predadores. Quem diria, a gente tem muito que aprender com zebras e gnus, não é mesmo ?

As zebras têm uma barriga que dá a impressão de estarem prenhas, mas na verdade é o aparelho digestivo que é pouco desenvolvido e elas acumulam gases na barriga. Falando nos vegetarianos, vamos aos elefantes que com a tromba conseguem folhagens de melhor qualidade.

Seguindo para o grupo de caçadores carnívoros, presenciei a degustação de dois irmãos chita após a caça de um antílope. Nessa hora a gente vê que não está num zoológico, a reserva é um ambiente selvagem mesmo. Notem nas fotos abaixo o pelo do rosto sujo de sangue e a barriga cheia que o mantém alimentado e lento por uma semana após o banquete. Parece até um gatinho…mas não é !

Mas falando em carnívoros caçadores, não dá pra deixar de fora o majestoso rei da Selva. Vimos um leão velho, na época com 16 anos. Os leões mais velhos têm a aparência que associamos, com a juba cheia de pelo e o olhar dissimulado. Eles vivem cerca de 16 anos, após isso muitas vezes o filho macho e jovem o mata e passa a liderar o bando. O leão que assume a liderança mata os filhotes do leão derrotado e na mesma semana emprenha todas as leoas do bando. A leoa tem gestação de 3 meses e dá a luz a até 6 leõezinhos de uma vez.

E já que falei dos predadores, vamos às presas. Há variados tipos de antílopes e eles ficam por todo lado, desde os pequeninos bambis que se misturam com a folhagem e a gente quase não os vê, como também os antílopes mais velhos com altos e elaborados chifres.

Exóticos são os porcos selvagens que fogem elegantemente dos predadores da natureza por sua rapidez atlética.

Passáros vi alguns, não tantos quanto imaginei ver, mas isso porque fui no Outono e para ver os pássaros a melhor época é a primavera.

No safari noturno é possível ver os animais de hábitos noturnos que saem a busca de comida como ienas e os pequenos camaleões. Um espetáculo à parte é o céu estrelado com todas as constelações de estrelas visíveis e a iluminar a vida na selva sul africana.

Para fechar esse post, mais um por do sol que parece uma pintura.