Segui de trem de Quioto até Hiroshima e logo na chegada, tomei uma embarcação para visitar a Ilha de Miyajima. É uma ilha sagrada, pequena e exótica, vizinha de Hiroshima. De dentro do barco e ainda longe da ilha, já se avista o enorme Torii de 17 metros que é ponto Central em Miyajima. Durante o dia com a maré baixa é possível caminhar até a base do Torii que fica coberta de água quando sobe a maré no fim do dia. A ilha é pequenina com as ruazinhas estreitas na base de enormes montanhas e tem um santuário com 500 mini budas. As fotos carecem de luz e brilho, porque estava muito nublado no dia da minha visita, mas ainda assim se destacam templos, pagodas e o Torii em forte cor laranja.

Em frente ao enorme Torii há um templo que abriga cerimônias tradicionais como um casamento shintoista que aconteceu no dia da minha visita à Miyajima. Depois da cerimônia que é fechada a familiares e amigos, tive a sorte de acompanhar a reunião da família para a foto. A noiva estava sorridente e linda, vestia um belo traje típico, uma espécie de Kimono branco e vermelho com um capuz. O noivo também estava elegantemente trajado com vestes tradicionais. Várias senhoras vestiam kimonos e a família toda estava muita elegante para a celebração matrimonial. Foi uma experiência única, uma dádiva. Fica aqui então a saudação de vida longa e próspera aos noivos !!

Depois dos encantamentos da Ilha sagrada, voltei à cidade. A viagem a Hiroshima é em si uma experiência histórica e foi para mim, um momento de emoção na viagem ao Japão. A cidade é bonita e moderna, cheia de tecnologia e certamente muita gente jovem que ali nasceu, só tem na memória os horrores da guerra que destruiu a cidade no passado, porque há um descritivo museu da bomba construído para que o mundo não se esqueça de quão destrutivo o ser humano pode ser e de que é esse mesmo ser humano que pode impedir novas atrocidades.

O famoso museu da bomba fica numa área enorme, uma grande quadra que contém até hoje os preservados restos de um prédio parcialmente destruído na guerra, vários monumentos em homenagem às vítimas da bomba de Hiroshima e um enorme museu com vídeos e fotos retratando as atrocidades e impactos na vida e saúde das pessoas que viveram o pesadelo da guerra. É tudo muito emocionante, chorei várias vezes impactada pela dureza da história. Um dos momentos mais emocionates para mim, foi a exposição dos pertences da menina que sobreviveu um curto tempo após a exposição nuclear. A entrada no museu tem um custo simbólico, creio que é para que o maior número de pessoas possa entender as atrocidades que aconteceram bem ali naquela cidade moderna e vívida, para que a restauração não apague o perigo iminente de novas atrocidades futuras nas mentes das novas gerações.

Sayonara Japão, até a próxima viagem.